A Caneta e a arma
A caneta promove e apela à paz
E leva conforto a quem precisa;
A arma é como animal voraz:
Fere, destrói e nem avisa.
A arma degrada e embrutece
Quem a possui e dela abusa
A caneta é um dom, uma benesse
Que torna grande a quem a usa.
A caneta é leve e apenas dispara
As ideias de quem a utiliza;
Uma arma, brutal, à vida pára
Violenta, subjuga, atemoriza.
Há ideias transmitidas pela caneta
Que vão, vingam e permanecem,
Mas as que levam a força da baioneta
Duram o que dura a força logo esquecem.
A caneta move-se suavemente
Nas mãos de quem a maneja
A arma dispara brutalmente
Uma bala fatal e malfazeja
A caneta é inofensiva e mansa
Qualquer que seja o portador,
A arma é uma afiada lança
Na mão de quem não tem amor.
A caneta que critica e ofende
Também pode pedir perdão
Mas a arma que a vida fende
Não poderá fazer regressão.
A caneta é arma que esgrime
Quem as suas ideias quer expor
A arma é força que mata e dirime
E que pela violência as quer impor
A arma é argumento dos sem razão
E dos que sem ela não são ninguém;
A caneta é ferramenta de opinião
De quem ao mal prefere o bem.
A caneta é a arma do pacifista
Que crê no dialogo sem violência
A arma é o argumento do terrorista
E da sua falta de consciência.
As questões que dividem o homem
Deviam ser resolvidas pela caneta
E não pelas armas que consomem
E semeiam o caos no Planeta
Não precisou de armas Cristo,
Platão e outros que filosofaram
E os seus ideais, está visto,
Resistiram e a nós chegaram.
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